A Igreja Católica não obriga ninguém a crer no Santo Sudário de Turim |
Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e justo, que não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros. Ele era da cidade de Arimatéia, na Judéia, e esperava o Reino de Deus. Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus. Então, desceu-o, envolveu-o num lençol de linho e o colocou num sepulcro cavado na rocha, no qual ninguém ainda fora colocado. Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado. (Lucas 23, 50-54)
A Autenticidade do Lençol de Turim Não é Matéria de Fé
A Síndone (palavra italiana procedente do grego s u n d o n = folha, tela) não é um artigo de fé. A Igreja Católica não obriga ninguém a crer no Santo Sudário. A Igreja obriga apenas crer os dogmas de fé, verdades reveladas por Deus. O Santo Sudário não entra na Revelação, o que não implica que não seja verdade. Da mesma maneira que as matemáticas não entram na Revelação, e são também verdade.
Neste artigo vamos apenas expor os fatos objetivos que a ciência revelou sobre esta relíquia extraordinária. O Santo Sudário é a relíquia mais estudada de toda a história. Uma legião de cientistas de muito variadas disciplinas estudou-o. Aqui estão os dados das suas investigações:
A Síndone é uma peça única no mundo. Não é conhecido em toda a história nenhum outro objeto de características semelhantes. Não há nenhum vestígio em toda a Terra de um fato semelhante em nenhuma outra civilização, seja ocidental, oriental, africana ou aborigem. Os cientistas são incapazes de fazer uma simples cópia, mesmo aproximativa, na hora atual.
A imagem imprimida sobre o tecido é um negativo e apresenta o corpo martirizado de Jesus visto uma vez de face e de costas com pontos de concordância rigorosamente exatos como a marca dos cravos "entrada/saída" que atravessou os pés do Senhor.
A Imagem
A série de testes não indicou nenhum pigmento, nenhum vestígio de pintura. Mas estabelece a presença de sangue no lugar das feridas. A imagem é superficial, a sua coloração não penetra nos fios; a imagem toca apenas as fibras superiores da trama do lençol sobre uma profundidade de aproximadamente 40 mícrons. O que exclui qualquer impregnação de líquidos e mesmo qualquer técnica de impregnação de imagens. Esta está composta de "fibrilas amarelas". A coloração é produto de uma desidratação da celulose de origem desconhecida que faz pensar numa espécie queimadura provocada por uma fonte de calor.
Nenhum "traço direcional" (golpe de pincel) foi identificado sobre o lençol. Incontestavelmente, esta imagem não tem fatura artística. É um "negativo fotográfico" perfeito, muito detalhado.
É necessário afastar-se mais de 2 metros do lençol para poder perceber uma imagem legível e identifica-la como sendo uma silhueta de frente e de costas de um Homem e é a 5 metros que certos detalhes revelam-se ao olhar humano. A imagem imprimida sobre o tecido é um negativo e terá sido necessário de esperar a invenção da fotografia no século XIX para descobri-lo.
O lençol foi tecido de acordo com um método próprio das regiões próximas a Jerusalém com um tear do tipo dos utilizados no século precedente ao nascimento de Jesus, numa época contemporânea de Jesus Cristo, e contém alguns vestígios de algodão... Nenhuma espécie de algodão foi cultivada na Europa até o Renascimento, e tudo em conformidade com a Lei Mosaica que proíbe as vestes que contem fibras que provêm ao mesmo tempo do mundo animal e o mundo vegetal.
A origem e o modo de impressão da coloração que poder-se-ia chamar "pigmentação" não são identificáveis pelos meios técnicos atuais. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina. Mas, as fibras, não estão "pintadas" senão queimadas superficialmente, sem impregnação. Este "queimado" aparente do tecido que constitui a imagem, principal característica visual, não afetou as fibras dos fios mas apenas e de maneira seletiva às fibrilas, mensuráveis em cerca de dezenas de mícrons.
A marca da Imagem não existe sob estas manchas sangue como se este sangue tivesse protegido o tecido! Nenhum vestígio de corantes de origem mineral ou orgânica como os habitualmente utilizadas pelos pintores, pôde ser encontrado; (ou mesmo de líquido com exceção do sangue e os seus componentes naturais revelados pelo fenômeno da capilaridade e a gravidade: a imagem é superficial.
Os exames científicos provaram que a intensidade das sombras está em concordância parcial ou total com a desidratação das fibras da superfície dos fios que constituem o tecido.
A imagem do lençol é o resultado de uma projeção vertical polarizante, isto exclui qualquer forma de radiação calórica porque o calor exerce-se de maneira omnidirecional.
Qualquer obra pintada composta pela mão do homem, é dizer, realizada manualmente, deixa aparecer após um exame e tratamento de imagem, um sentido de execução com pontos ou zonas de arranque, movimentos ou vestígios direcionais que designadas "freqüências espaciais preferenciais". Nenhuma destas freqüências foi detectada pelo computador, isto prova que o Sudário trata-se de outro modo de execução que o da mão de um homem, ou seja, uma obra archeiropoiética!
O mecanismo de formação desta imagem é por conseguinte "isotrópica", sem efeito direcional, excluindo inevitavelmente uma execução manual, e ,por conseguinte, de origem não humana. A pós colorização de imagens digitais permite revelar detalhes suplementares. A imagem não atravessa a tela de lado a lado. Sobre uma única face do Sudário é imprimida a imagem frontal e dorsal de um Homem chicoteado, em "rigor mortis" e morrido por crucificação.
A imagem não é pintada, nem impressa, nem ele existe restos de pigmentos, nem corantes, nem sedas de escova de pintor, nem as grandes linhas de pintura, nem nenhum material orgânico. As manchas de sangue são compostas de hemoglobina.
O Homem da Síndone é uma imagem tênue e muito detalhada de um Homem adulto com cabelos semi-longos e com barba; de um metro e oitenta e quatro à oitenta e sete centímetros de estatura, constituição forte, musculada, entre 30 e 35 anos, com um peso duns 80 quilos; de mãos e pés longos; uma face semítica com os vestígios deixados por um chapéu completo de espinhas e não uma coroa, como pensava-se; e uma série de retalhos que permitiram reforçar a história bíblica da Crucificação.
A imagem coincide com a descrição do corpo inerte de Jesus de Nazaré após ter sofrido a Crucificação. Os Evangelhos falam de uma tela na qual à pressa foi envolvido Jesus após o Seu falecimento - Sexta-Feira Santa - para não quebrar com o descanso sabático judaico. Os judeus envolviam os cadáveres com bandagens, como à Lázaro. Mas com Cristo não tiveram tempo, porque morreu às três horas da tarde e era necessário terminar a sepultura antes da noite, porque começava então o dia de festa com proibição total de qualquer trabalho.
Como Nicodemo e José de Arimatéia deveram ir pedir autorização à Pilatos para levar o cadáver, procurar os instrumentos e descer o Senhor da cruz, a tarde terminava e deveriam enterrá-lo rapidamente cobrindo-o com o Sudário. É por isso que após sábado, iam as mulheres terminar a sepultura.
A Síndone mostra o tormento de um jovem homem, com características próprias do grupo étnico judaico. O sangue corresponde ao grupo AB, o mais freqüente entre os hebreus.
Trata-se de um homem que sofreu hematidrose (suor de sangue), grandes golpes nos joelhos e a costas. Na imagem aprecia-se um mínimo de 120 golpes com um chicote de três cordas terminadas em bolas de aço. A face apresenta grandes golpes também. Foi coroado por um chapéu de espinhas, do qual apreciam-se 33 orifícios. Podem ser contadas em total mais de 600 feridas em todo o corpo. Todas foram produzidas em vida, com exceção de uma grande lançada no flanco direito, que tem uma forma elíptica do mesmo diâmetro que uma lança romana; e chegou à aurícula direita do coração.
Crucificado com cravos que atravessaram entre o punho e a mão, na região chamada em anatomia de "espaço de Destot" (não as mãos); os pés juntos foram atravessados por só um cravo. Os médicos que analisaram a tela deduziram que sofrera de fortes dores pericordiais, opressão, e febre muito elevada, morrendo finalmente de asfixia, não tendo já forças para elevar-se e respirar.
Tentou-se reproduzir a imagem, mas os ensaios efetuados com cadáveres humanos, moldes incandescentes e diversas substâncias fracassaram. Os especialistas concluem que a imagem foi provocada por uma espécie de radiação de origem desconhecida. A imagem está em negativo, mas o sangue que impregnou a tela está em positivo.
A imagem da Figura humana deve ser lida como refletida num espelho: o visto à direita encontra-se em realidade à sua esquerda e vice-versa. A imagem do Santo Sudário é um negativo fotográfico impresso na tela, mas tem duas características muito específicas em relação à qualquer outro negativo: é tridimensional e não existe unidirecionalidade.
O Santo Sudário é a única "fotografia" tridimensional. É dizer, a intensidade das imagens é inversamente proporcional à distância que separa em cada ponto a tela do cadáver "fotografado".
O resultado demonstrou que a imagem latente era completamente tridimensional, e que não existiam linhas de direcionalidade no desenho.
É importante sublinhar a inexistência de direcionalidade. Para compreender isto é necessário explicar como funciona uma máquina fotográfica. O princípio é o da câmara escura: temos uma peça completamente fechada em uma de cujas paredes abrimos um pequeno orifício pelo qual penetra a luz. Um objeto situado fora da câmara é refletido, invertido, na parede oposta ao orifício. Este é o fundamento das máquinas fotográficas. Nestas imagens existe a direcionalidade, ou seja, toda a imagem é formada a partir dos raios de luz que vêm de um só ponto: os raios luminosos que entram pelo orifício da parede.
Não é assim com a Síndone. Não existe nenhum ponto focal ao qual converge a imagem. A luz que impregnou o Santo Sudário vem de toda a superfície do Corpo. Quanto mais próxima estava a tela ao Corpo, tanto mais intensamente queimou-a a radiação que apareceu de repente do Corpo, dando-lhe a sua tridimensionalidade característica.
Foi necessário esperar à invenção do computador e a os programas informáticos dedicados à aventura espacial, para fazer novas descobertas. Em 1976 com um aparelho de analisar imagens "VP8", permitiu revelar após o fotografado da superfície do Lençol, uma representação 3D do conjunto da imagem, baseada na intensidade luminosa. O que significa que a distância entre a pele do Crucificado e a superfície do pano, fora das partes impregnadas de sangue, foi fotografada e registrada. Esta tridimensionalidade não existe, bem entendido, sobre uma fotografia do tipo que o grande público é capaz de tirar com os aparelhos clássicos, tão sofisticados sejam.
O estudo confirmou igualmente o efeito de distância da imagem. A definição da densidade de cor era bem em relação com a distância entre a tela e o Corpo. O que permitiu com um aparelho da Nasa, o VP8, confirmar os trabalhos precedentes sobre "tridimensionalidade da imagem".
A Síndone foi estudada por uma legião de cientistas, e a investigação contínua. O VP-8 é um aparelho destinado a fazer investigações sobre a orografia dos planetas sobre os diferentes jogos de fotografias obtidos pelas sondas espaciais Viking que navegavam ao redor do planeta Marte. O resultado da análise do VP-8 revelou que a imagem refletida na Síndone era a equivalente à superfície tridimensional de um corpo humano. E uma coisa não menos surpreendente: a imagem foi concretizada uniformemente na Síndone por uma espécie de radiação desconhecida, que queimou ligeiramente de maneira uniforme a totalidade da tela, isto demonstra que não foi o contacto direto com o Corpo o que produziu a imagem, mas uma radiação que emanou de Ele.
A análise da Tela confirma que corresponde-se com os tecidos existentes há 2.000 anos. Convêm sublinhar que esta maneira de tecer a tela foi cessada de utilizar após o século I, porque os aparelhos de tecer manuais desapareceram e já não foram utilizados de novo. Não se conserva em nenhum museu do mundo especializado em telas, telas deste tipo posterior ao século I.
A Tela tecida à mão com forma de espinha de peixe, media 436 cm 110. O quadro responde ao antigo estilo Adamascado, trata-se de uma tela tecida em "espiga de peixe", em quarenta e cinco graus, disposta de dois na parte superior e dois para baixo. O fio transversal passa assim sob três verticais para emergir no quarto, o que requer um aparelho de tecer de quatro pedais.
Apenas encontraram-se algumas fibras de algodão mas nem mais o mínimo resto de cabelos de animal nenhum. A ausência de cabelos de animal é explicada pela proibição da lei judaica de tecer misturando fibras vegetais e animais. Na Europa foi necessário esperar até ao século XIII para confeccionar telas semelhantes à Síndone. O fato de encontrar algumas fibras de algodão serviu à alguns investigadores para especificar a sua origem, porque na Europa não se cultivava o algodão, o que sucedia na Palestina.
No Código da Lei judaica, traz-se o costume de sepultura na secção "Leis do duelo", uma das suas indicações é que uma pessoa executada pelo Governo deve ser enterrada num único Sudário.
Análise Forense
No plano anatômico, uma profusão de retalhos concomitantes que passamos a resumir:
O Homem da Síndone sofreu hematidrose [excreção de suor sanguinolento] que aparece em condições completamente especiais: uma grande debilidade física, acompanhada de um abalo moral, seguido de profunda emoção e de grande medo. Uma vasodilatação intensa de capilares subcutâneos, que se rompem em contato com a base de milhões de glândulas sudoríparas. O sangue se mistura ao suor e se coagula na pele após a exsudação. É esta mistura de suor e de coágulos que se reúne e escorre por todo o corpo em quantidade suficiente para cair por terra.
No lado direito da face há uma grande contusão, e a cartilagem do nariz está rompida e desviada para a direita. Isto deve-se a uma pancada infligida por um pedaço de pau curto, cilíndrico, de 4 a 5 cm de diâmetro. Isso provocaria uma abundante saída de sangue, o que se constata no Sudário pelo fato de o bigode estar impregnado de sangue, que desce do nariz perdendo-se na barba. Um enorme escarro que desce da ponta interna do olho direito até a parte inferior do nariz.
Este está deformado por uma ruptura da cartilagem dorsal, bem perto de sua inserção no osso nasal, que ficou intacto. Nas regiões que circundam os olhos e as sobrancelhas, há chagas e contusões iguais às que produziriam socos ou bastonadas. A sobrancelha direita está claramente inflamada. Sobre o rosto se encontram escoriações um pouco por toda parte, mas sobretudo do lado direito, que está também deformado como se, sob as esfoladuras sangrentas, houvesse também hematomas.
As duas arcadas superciliares apresentam aquelas chagas contusas, que tão bem conhecemos, e que se fazem de dentro para fora, sob a influência de um soco ou paulada; os ossos da arcada cortam a pele pelo lado interno. A face direita está notavelmente inchada.... É um inchaço que se estende e aumenta no sulco entre o nariz, a face e os lábios. Um rosto profundamente maltratado com golpes de bastão, socos, tapas, bofetadas, cusparadas, puxões na barba.
A flagelação:
Mais de 120 golpes ternários, infligidos por dois homens fortes, um mais alto que o outro, peritos no seu ofício; um de cada lado do réu, lhe cobrem metodicamente com seus golpes toda a superfície do corpo .... com exceção da parte do peito sobre o coração, sem poupar nenhum espaço.
Ao longo de todo o corpo, especialmente nas costas, podem ver-se marcas idênticas às que deixaria o instrumento que os romanos utilizavam para flagelar um réu (o flagellum taxillatum, composto de três ramais terminados em pequenas bolas de metal com relevos e unidas entre si por um arame). Esse objeto não era utilizado na Idade Média, e só se conhece em nossos dias depois de ter sido encontrado em escavações arqueológicas. Cada golpe arrancava a pele provocando pequenos escorrimentos de sangue.
Estudando a direção desses escorrimentos e a direção dos golpes, foi possível deduzir a posição encurvada em que Jesus se encontrava sobre uma coluna baixa para a flagelação. Podem-se contar mais de 600 contusões e feridas em todo o corpo do Homem do Sudário, e 120 marcas de açoite.
Os milhões de microscópicas hemorragias intradérmicas, próprias da hematidrose ou suor de sangue, surgem em toda a pele do corpo, que fica assim toda machucada, dolorida e bastante sensível aos golpes. Portanto, não se deve estranhar que aqueles brutais açoites tenham aberto e arrancado a pele com efusão de sangue a cada golpe. As chagas da flagelação têm um realismo, uma abundância, uma tal conformidade aos dados arqueológicos, que ficam em notável contraste com as pobres imaginações dos pintores de todos os tempos.
A coroação de espinhos:
A cabeça mostra mais de 50 feridas pequenas e profundas que evidenciam a aplicação de uma coroa de espinhos. As manchas maiores coincidem exatamente com locais onde estariam as veias e artérias reais, quando na Idade Média se desconhecia a circulação do sangue.
O Santo Sudário não dá margem a dúvidas. Deixa supor claramente uma coroa em forma de capacete que cobria toda a cabeça do homem, da fronte até a nuca.
Nesta região da cabeça, cheia de terminações nervosas e grande quantidade de vasos sanguíneos, a dor produzida pela coroa, carregada na cruz, e portanto cravando-se a cada movimento, certamente era insuportável. Nota-se no Sudário, no lado direito da fronte do Supliciado, um grosso fluxo de sangue bastante espesso na forma do número "3".
Sabe-se que nesta região, em muitas pessoas, existe uma veia bastante calibrosa e que, aos grandes esforços, se torna bastante dilatada. Um dos espinhos terá perfurado esta veia e estudos geométricos e anatômicos confirmam esta assertiva causando um sangramento constante, mesmo após a retirada do objeto que produziu o ferimento.
As hemorragias da coroa de espinhos e os coágulos por elas formados são de uma veracidade inimaginável, impossível de serem concebidas por qualquer artista que não o Divino.
A Via Crucis:
Verificando a imagem do Sudário, vamos encontrar duas marcas mais profundas na região dorsal, com forma oval e transversal. Os estudos feitos demonstraram que aquelas marcas correspondem a uma lesão da pele, provocada por alguma coisa bastante pesada que fora transportada apoiando naquela região. E que esta peça deslizava para um lado e para o outro, produzindo algumas escoriações.
É principalmente na imagem dorsal que encontramos os vestígios do transporte da cruz. Há ali, sobre a espádua direita, na parte externa da região subescapulária, uma larga zona de escoriação, oblíqua para baixo e para dentro, com a forma de um retângulo de 10 cm por 9 cm (Vê-se, de resto, que esta zona se prolonga pela frente, sobre a região clavicular externa, por largas placas de escoriação. A região posterior parece formada por um acúmulo de escoriações, sobrepostas a numerosas chagas da flagelação que estão esmagadas e alargadas em relação às do lado. Parece que um corpo pesado, rugoso, mal fixado, comprimiu esta espádua, e que esmagou, reabriu e alargou, através da túnica, as chagas precedentes da flagelação.
As três quedas:
O Homem do Sudário apresenta os joelhos feridos por violentas quedas sobre terreno pedregoso, estando o joelho esquerdo sujo de terra misturada com sangue.
As escoriações do nariz também estão sujas de terra, sinal de que o rosto de Jesus bateu violentamente contra o solo.
Impossibilitado de amortecer o tombo com as mãos, amarradas ao patíbulo da cruz que levava às costas, a cabeça de Jesus iria fatalmente bater com força contra o solo pedregoso; o patíbulo escorregaria em direção à cabeça, batendo fortemente contra a nuca, coberta com os espinhos. É fácil compreender por que a nuca aparece tão horrivelmente machucada na imagem do Sudário.
A Crucifixão:
Primeiro O despiram de suas vestes. Isso deve ter provocado uma dor terrível, pois o tecido da túnica secara sobre as feridas do corpo Divino, colando-se a Ele. Às vezes, num caso semelhante, para retirar-se um tecido colado a um corpo muito chagado, é necessário aplicar-se anestesia geral.
Os cravos não foram fincados na palma da mão, segundo a iconografia comum. Estudos de especialistas demonstram que essa região não tem estrutura suficiente para suportar o peso de um corpo adulto. Mas entre o punho e a mão, na região chamada em anatomia de "espaço de Destot".
É impossível suspender um corpo humano com cravos na palma das mãos, as carnes rasgam-se imediatamente. O desaparecimento da polegada, como mostra-o a marca "digital" sobre o Sudário, oculta trás as palmas das mãos, deve-se ao "pinzamento" do nervo no espaço dito "de Destot". Neste espaço, um cravo penetra com a maior facilidade, sem romper nenhum osso, e fica firmemente seguro.
A queda do sangue sobre os braços mostram dois ângulos que correspondem à alternância de apoio sobre os pés e a suspensão sobre os braços. O grande coágulo de sangue correspondente à chaga do braço está situado exatamente nessa região.
Ao penetrar aí, entre a palma da mão e o punho, o cravo provocou "uma dor inenarrável, fulgurante, que se espalhou por seus dedos, subiu como uma língua de fogo até a espádua e prorrompeu no cérebro. Bem sabemos que a dor mais insuportável que um homem possa experimentar é a do ferimento de um dos grandes troncos nervosos. Jesus experimentará isto ainda durante três horas.
Estando Jesus suspenso no ar somente pelos cravos das mãos, os carrascos passaram a prender seus pés ao madeiro da cruz. Trespassaram o pé esquerdo, fazendo com que a ponta do cravo surgisse na planta do pé; colocaram-no depois sobre o peito do pé direito, fazendo com que o cravo também o trespassasse, fixando-os assim, um sobre o outro, no madeiro da cruz.
A suspensão pelas mãos provoca nos crucificados um conjunto de cãibras, de contrações, que se vão generalizando até o que chamamos de `tetania'. Atinge ela, por fim, os músculos inspiradores, impedindo a expiração; os supliciados, não mais podendo esvaziar os pulmões, morrem por asfixia. Para apressar a morte dos condenados, quebravam-lhes os joelhos, impedindo assim o soerguimento sobre os cravos dos pés que lhes permitiria respirar.
A morte:
Na imagem frontal, o tórax aparece com a sua musculatura contraída num espasmo, o diafragma elevado, visível pelo afundamento do abdômen. São imagens típicas de uma tetania causada pela asfixia e ânsia respiratória.
A lançada de Longinus:
A ferida da qual escorre este sangue é claramente visível e foi produzida por um instrumento de ponta e corte, com duas aletas ou rebordes em suas extremidades; daí sua forma elíptica.
A chaga do lado direito do Supliciado tem uma forma elíptica do mesmo diâmetro de 4,4 cm por 1,4 cm de uma lança romana. O fato de estar no lado direito explicar-se-ia pelo fato de os romanos darem esse golpe contra um inimigo que protege seu coração com o escudo.
Na parte superior da imagem sangüínea se distingue nitidamente, tanto no original [do Sudário] quanto nas fotografias, uma mancha oval com o eixo maior um tanto oblíquo de dentro para fora e de baixo para cima, que dá, nitidamente, a impressão da chaga do lado de onde saiu este sangue.
Realmente é inexplicável que um Homem tão maltratado fisicamente, como aparece diante de nossos olhos o Homem do Sudário, não apresente no rosto sinais de enrugamento, de ódio, de ira impotente, de esgotamento, de perversão moral... Apenas um super-homem, um homem não apenas inocente, mas o próprio Filho de Deus, de tanta grandeza moral, de tanto domínio de Si, de um coração tão grande que ama, desculpa e perdoa seus próprios carrascos e viscerais inimigos, enquanto eles estavam se cevando de seu sangue .... Apenas Jesus Cristo de, tão resignada aceitação da morte, tão serena beleza .... Como aparece, o podia apresentar, já morto, um rosto com tanta paz, tanta majesta Sudário.
O Santo Sudário é a prova de um crime horrível. Qualquer médico que analise a Tela concluiria que não existe a menor dúvida que apenas um homem que sofresse os tormentos físicos de Jesus Cristo poderia ter deixado tais vestígios. É necessário sublinhar a punição terrível que supunha a crucificação.
A agonia foi prolongada cerca de uma hora e meia. Respirar transformava-se um trabalho fatigante: a elevação dos braços na cruz bloqueia o esterno e reduz o movimento das costas com uma permanente posição de inspiração do ar, o que provoca a asfixia.
Um líquido claro vazou da ferida do lado, sem misturar-se com o sangue, deixando vestígios muito pálidos. A ferida foi feita após a morte, depois, de estar vivo o Homem, ter-se-ia fechado novamente.
Os médicos determinaram que os pulmões deviam estar retraídos e que a ferida ao lado, nestas condições, deveu ser feita menos de uma hora após o falecimento.
A cabeça e a frente levam feridas circulares de 3 mm de diâmetro, com vazamentos ondulados que enrugam frente. Estas enrugas são fixas, o que supõe uma contratura dos músculos frontais de um quarto de hora, a causa duma violenta dor.
A parte traseira da cabeça mostra rastos análogos. Conclui-se que o Crucificado levou um capacete de espinhas duras, encaixado violentamente na cabeça. No lugar das manchas de sangue, contrariamente imagem geral, o tecido está impregnado e atravessado nos casos mais importantes como no lugar da ferida do lado.
As manchas de sangue normalmente estendem-se por capilaridade nas fibras no sentido horizontal e vertical, de acordo com a direção os fios de trama. Aqui, as manchas têm um contorno nítido. Estas manchas foram feitas com o sangue coagulado e não com sangue fresco. E, por exemplo, a gota de sangue que, sobre o frente, se termina em vazamento tem uma forma característica, devida à coagulação.
As manchas de sangue têm contornos perfeitamente definidos e precisos, sem vestígios de erros. Os fluxos direcionais dos escoamentos sangrentos acompanhados de escoamentos linfáticos não sangrentos em redor dos coágulos respeitam os sentidos de gravitação relativos à posição exata do corpo e as feridas geradas pela natureza e o momento no que o suplício tinha sido infligido.
Nenhum vestígio, mesmo superficial, de putrefação própria dum cadáver, o que confirma a curta a estada do corpo no sepulcro. Após mais de 40 horas de contacto entre um cadáver e as roupas, começa um processo de putrefação a velocidade acelerada.
Há vestígios de soro sobre a circunferência das manchas de sangue, vestígios não perceptíveis ao olho nu mas por luminescência.
O peito lacerado pelas chicotadas prova que Jesus não estava unido a um poste quando da Sua flagelação e que fez face aos insultos dos Seus carrascos com uma forma de abandono, testemunho silencioso mas abundantemente narrativo por ele mesmo, que impregna ainda o pano.
Ferida sobre o pulso esquerdo (e não direito contrariamente às aparências dado que trata-se de uma marca fiel facial) que corresponde à saída do cravo. O antebraço direito apresenta dois sentidos de escoamentos sanguíneos que correspondem às duas posições do Supliciado sobre a cruz. Os joelhos deixam ver uma imensa ferida, Jesus sofreu várias quedas ao longo de todo o Seu Calvário (vestígios de lama comum foram encontrados sobre a planta dos pés e a base do nariz).
Os escoamentos de sangue devidos aos ferimentos provocados pelo porto sobre o ombro são mais abundantes sobre as omoplatas. Pode-se assim notar que as chicotadas, cujos estremos terminavam em esferas de chumbo e aceiro, foram distribuídas de maneira igual e simétrica sobre os ombros, a costas, e o resto do corpo por dois carrascos profissionais colocados de cada lado de Jesus.
A face dorsal é zebrada da cabeça aos pés de feridas provocadas pelos chicotes. Escoamento de sangue importante desde a ferida que corresponde ao ponto de emergência do único cravo que atravessa os dois pés. As dimensões da ferida são efetivamente as de uma lança romana (48 mm dos 15 mm). O fato de o golpe tinha sido levado à direita explica-se pelo hábito romano de os soldados a golpear de esquerda para a direita ao "lado aberto" (latus apertum), não defendido pelo escudo do adversário. Deste fato, a lança tinha deslizado sobre a sexta costa e tinha perfurado o quinto espaço intercostal. Sobre o trajeto a lança tinha encontrado o pericárdio, cheio serosidade, e a aurícula direita, sempre cheia de sangue. De ai a frase surpreendente do Evangelho: "brotou sangue e água" (Jo 19, 33-34).
Cria-se tradicionalmente que Jesus Cristo fora crucificado pelas mãos, mas a investigação com cadáveres revelou que as mãos não podem suportar o peso de um corpo morto, e muito menos o de um corpo vivo em movimento. Por conseguinte, a única maneira de crucificar um corpo era atravessando os cravos "no espaço livre de Destot", um pequeno espaço entre os ossos da mão e o braço onde pode penetrar um cravo da dimensão de os utilizados pelos Romanos e ser ancorado perfeitamente. Os ligamentos destes ossos fornecem um apoio suficiente para opor-se à trações de mais de 70 quilos. Além disso, um cravo danificaria assim o nervo médio, provocando a contração involuntária das polegadas para a palma da mão, como a Tela demonstra-o.
O sangue dos braços avança para baixo, o que, com a grande mancha de sangue frente, indica que o sangue saltou e coagulou-se enquanto o corpo encontrava-se em posição vertical, com os braços levantados e ligeiramente acima a cabeça. O sangue vazava de acordo com o corte natural do corpo.
Não há da ruptura de pernas, prática comum nas crucificações do século I.
O chapéu de espinhas que levava o Homem, e que lhe cobria a cabeça ao completo, quebrou a artéria cervical através da nuca e brotou o sangue arterial que chega em correntes até ao as costas.
Para concluir apenas é necessário dizer que a imagem da Síndone é clinicamente precisa.
O Santo Sudário e os Evangelhos
O Crucificado do Sudário sofreu a crucificação romana, como a história e
os documentos antigos a testemunham:
1 - Sofreu feridas conformes com a coroação de espinhas, o que não está documentado antes na história para nenhum outro crucificado, mas apenas para Jesus Cristo.
2 - Não teve os ossos dos joelhos quebrados como o Crucificado do Evangelho, prática habitual entre os romanos quando crucificavam um homem.
3 - Sofreu flagelação, suplício romano que estes não aplicavam conjuntamente com a crucificação, mas que Pilatos ordenou para Jesus Cristo.
4 - Teve o coração alançado após a morte, como Jesus Cristo, e brotou sangue e água.
5 - Teve sido posto num lençol rico e baixado rapidamente da Cruz, o que não era habitual, como Jesus Cristo.
Pode-se concluir com certeza que o Crucificado do Sudário de Turim sofreu
exatamente a Paixão de Jesus Cristo nos Evangelhos.
Moedas sobre os Olhos
No fim do século XX acharam-se umas marcas no olho direito que corresponder-se-iam com uma moeda tipo Lepton Simpulum, entrada em circulação entre os anos 29 e 32.
A presença das duas moedas foi confirmada pelos investigadores. As moedas foram postas em circulação no tempo de Pôncio Pilatos, de maneira groseira, com faltas de ortografia como o "C" colocado em lugar de um "K" para "Kaisaros" ("César")."
Dois exemplares deste tipo de moeda contemporânea dos últimos anos da vida de Jesus têm sido descobertas com esta falta de ortografia tão inaudita como inaceitável para os cientistas ao principio. Sobre as pálpebras do homem foram descobertos dois objetos arredondados, que não são visíveis a olho nu, nem no negativo fotográfico. O pesquisador norte-americano Francis Filas, da Universidade Loyola, de Chicago, identificou um dos artefatos: trata-se de uma moeda, o lepton.
O segundo objeto foi identificado pouco depois: uma outra moeda, cunhada por Pilatos em homenagem a Júlia, mãe do imperador romano Tibério, em 29 d.C. Colocar moedas sobre os olhos do morto, para manter as pálpebras fechadas, fazia parte dos ritos funerários judaicos da época de Jesus.
A Ressurreição
Então Pedro e o outro discípulo saíram e foram para o sepulcro. Os dois corriam, mas o outro discípulo foi mais rápido que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Ele se curvou e olhou para dentro, viu as faixas de linho ali, mas não entrou. A seguir Simão Pedro, que vinha atrás dele, chegou, entrou no sepulcro e viu as faixas de linho, bem como o lenço que estivera sobre a cabeça de Jesus. Ele estava dobrado à parte, separado das faixas de linho. Depois o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, também entrou. Ele viu e creu. (João 20:3-8)
Os músculos dorsais e deltóides apareciam abaulados, e não planos como deveriam estar na espádua de um corpo morto que se apóia em uma pedra sepulcral.
Parecia que o cadáver se vaporizara, emitindo uma estranha radiação que teria sido a responsável pela formação dos sinais do Santo Sudário. É muito provável que, no momento em que se produziu a radiação, o corpo estivesse leve, em levitação, e por isso os músculos não ficaram aplainados.
Os Homem abandonou o Sudário descolando-se dele, deixou-o intacto, sem a mínima alteração de suas fibras, sem arrancá-las nem modificar os traços de sangue entre o corpo e o tecido. O que é impossível acontecer com um corpo comum, sujeito às leis comuns da natureza. Um cadáver coberto de chagas não poderia jamais ser retirado do pano que o continha sem alterar o pano e os sinais nele deixados pelo sangue e pelas feridas.
Como então foi ele descolado dali deixando intactas e nítidas até as mínimas fibras do tecido que estava colado nas feridas? Este fato decisivo não é contestado por nenhuma ciência. E ele só se explica pela Ressurreição; isto é, pela desmaterialização do corpo chagado, que se retira daquele invólucro não mais sujeito às leis impostas pela natureza.
Não houve decomposição do corpo (indício da saída do corpo de dentro do Sudário), e as manchas de sangue revelam que o corpo não foi desenrolado.
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Via: derradeirasgracas
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