Martin Luther King (1929-1968) foi um ativista político e pastor protestante norte-americano conhecido pela luta contra a discriminação racial nos EUA e luta pelos direitos civis dos negros.
Martin Luther King era filho de pastores protestantes batistas. Graduou-se na Morehouse College, que tinha fama e reconhecimento na época. Formou-se em teologia e doutorou-se em filosofia pela Universidade de Boston.
Aos 18 anos decide tal como ao seu pai ser pastor da Igreja Baptista, após vários anos de estudo no seminário e várias Universidades. Foi-lhe confiada uma paróquia Montgomery zona na qual se sentia de uma forma muito violenta os problemas sociais e raciais. Ao contrário do que acontecia, a maioria dos negros Luther King não tinha problemas económicos. Em 1955 inerente ao radicalismo racista, uma cidadã negra de nome Rosa Park, foi presa por não cedido um lugar a um branco em um transporte público. Luther King dirige um movimento no qual a comunidade negra reage com uma original forma bruta recusando-se a utilizar os transportes públicos enquanto a segregação se mantive-se. Este boicote durou mais de um ano até que o supremo tribunal declarou inconstitucional à segregação nos transportes públicos. Luther King torna-se no dirigente da campanha a favor da igualdade de direitos, sendo este o principal foco da sua vida.
Foi 15 vezes preso, explodiu-lhe uma bomba em casa e intimidavam-no. Luther King defende uma luta não violenta, o chamado pacivismo activo seguindo a linha da orientação Ghandi. Utilizou as marchas de "liberdade" para chamar a atenção da opinião pública contra a discriminação, estas marchas eram pacificas sendo a mais famosa de 1963 que reuniu de 250000 pessoas incluindo 50000 brancos frente ao congresso de Washington. Foi nesta marcha que Luther King inicia o seu discurso com face a - "I have a dream" (eu tenho um sonho). O sonho era a igualdade entra todos os Americanos independentemente da sua raça.
Discurso de Luther Luther king: I HAVE A DREAM (Eu Tenho um Sonho)
28 de agosto de 1963 Washington, D.C.
Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Indepêndencia, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.
Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas. Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nossos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.
Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amanhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano.
Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".
Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.
Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim.
Em 1964 foi-lhe reconhecida toda a sua luta a ser atribuído o prémio Nobel da Paz. Ampliando suas preocupações, King se associou ao movimento contra a guerra do Vietnã e às lideranças brancas, em 1967. Recebeu muitas críticas das lideranças negras, que acreditavam que era preciso se preocupar com os problemas dentro de casa, primeiramente.
Assassinato de Luther King
Procissão-funeral de Martin Luther King |
No dia 4 de abril de 1968, King foi assassinado na varanda externa do quarto do hotel onde estava em Memphis, Tennessee. Em seu funeral, milhares de pessoas marcharam em luto através de Atlanta, seguindo a charrete que levava seu caixão.
Em um ensaio publicado postumamente intitulado “Um Testamento de Esperança”, King instou a população negra americana a dar continuidade a seu compromisso com a não violência, mas alertou também ao fato de que “a justiça para as pessoas negras não pode ser alcançada sem mudanças radicais na estrutura de nossa sociedade”. Diversas organizações e pessoas adotaram o mantra da mudança sem violência e deram continuidade ao legado de King nos Estados Unidos e no mundo inteiro.
O legado de King: Protesto sem Violência
Em 1959, em um pronunciamento no rádio durante sua visita à Índia, King disse: “Hoje, não temos mais escolha entre violência e não violência; trata-se de não violência ou não existência”. Sua filosofia foi inspirada pelas ações não violentas de Gandhi com o objetivo de encerrar o colonialismo britânico na Índia. Por sua vez, King inspirou inúmeras outras pessoas a mudarem suas sociedades por meios não violentos, desde o movimento Solidariedade contra a ocupação soviética na Polônia, até a luta de Nelson Mandela pelo fim do apartheid na África do Sul.
Sua atuação política e sociais foi fundamental nas mudanças que ocorreram nas leis dos Estados Unidos nas décadas de 1950 e 1960. As leis segragacionistas foram caindo, dando espaço para uma legislação mais justa e igualitária. Embora sua atuação tenha sido nos Estados Unidos, Luther King é até hoje lembrado nos quatro cantos do mundo como símbolo de luta pacífica pelos direitos civis. Apesar das inúmeras leis continuamos a sonhar em ver um mundo livre das injustiças social e racial.
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