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sábado, 29 de março de 2014

A Pena de Morte é BURRICE

O antes e o depois dos 46 anos de prisão de Iwao Hakamada
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adoptada pela Assembleia  Geral das Nações Unidas em Dezembro de 1948, em resposta ao terror e brutalidade de alguns governos, reconhece o direito de cada pessoa à vida, afirmando ainda que ninguém deverá ser sujeitado a tortura ou a tratamento ou castigo cruel, desumano e degradante. A pena de morte viola estes direitos.

Você deve estar se perguntando o porquê deste título A Pena de Morte é BURRICE? Ok! Vamos começar pelo motivo que me levou a fazer este post depois que vi uma notícia no site G1, que deixa ou deixaria qualquer pessoa em sã consciência extremamente indignado.
Um japonês de nome Iwao Hakamada, de 78 anos, foi libertado na última quinta-feira (27) após passar 46 anos no corredor de morte. A soltura do réu, que se tornou o homem a ficar mais tempo no corredor da morte em todo o mundo, ocorreu depois que um tribunal decidiu revisar seu caso, levando em conta novas provas sobre o assassinato múltiplo pelo qual o japonês foi condenado.
Hakamada sofre de uma doença mental e não demonstrava qualquer expressão ao deixar a prisão em Tóquio. Ele foi recebido por sua irmã e por vários meios de comunicação.

Hakamada quando era boxeador
Horas antes, o Tribunal do distrito de Shizuoka, no centro do país, anunciou que analisaria as últimas provas de DNA apresentadas pela defesa, que acredita poder demonstrar que o homem é inocente do crime, ocorrido em junho de 1966. Hakamada, então um boxeador, foi acusado de apunhalar até a morte o dono de uma pequena fábrica de missô (pasta tradicional da culinária japonesa usada principalmente em uma sopa chamada missoshiru) onde trabalhava, a mulher dele e seus dois filhos, e depois incendiar a casa da família. O japonês foi condenado à pena de morte em 1968.

Ao decidir revisar o caso, o juiz responsável disse à agência de notícias Kyodo ser "injusto" manter o réu na prisão, ao considerar que "a possibilidade de sua inocência alcançou um grau considerável".

Hakamada quando deixava a prisão
A emissora pública japonesa NHK, que retransmitiu ao vivo a saída de Hakamada da prisão, revelou que o condenado não recebe visitas há quase 4 anos por causa de seu delicado estado mental. Segundo um de seus advogados, quando ele foi avisado de que seria libertado, "pareceu entender, mas não expressou nenhuma alegria com a notícia".

Hakamada sempre se declarou inocente
Durante o julgamento e em todos os anos de prisão, Hakamada sempre se declarou inocente do crime. Várias organizações de direitos humanos denunciaram que a investigação sofreu vários tipos de irregularidades. O ex-boxeador disse ter sido coagido pela polícia a assinar uma confissão.

A Suprema Corte do Japão confirmou a sentença de morte em 1980, mesmo ano em que o réu entrou com um pedido de novo julgamento. Já o último recurso, feito por seus parentes, baseia-se em resultados de exames de DNA que revelam que as amostras de sangue recolhidas das roupas do assassino não correspondiam às de Hakamada.

O presidente do tribunal, Hiroaki Murayama, aceitou o argumento e afirmou que as mostras de roupa "não eram do acusado", abrindo assim a possibilidade de realmente ter havido manipulação de provas.
Graças a Deus o Iwao Hakamada não foi executado a tiro ou com uma injecção letal. Até aí tudo, o homem ao que tudo indica é inocente e a justiça decidiu libertar o homem. Mas está tudo bem coisa nenhuma, porque o cara perdeu toda sua vida atrás das grades por um crime que a justiça não tem a certeza se ele é o real autor. Mas, no meu ver o Hakamada FOI LITERALMENTE EXECUTADO: 
  1. Foi executado quando o deixaram preso todo esse tempo com expectativa de morte; 
  2. Foi executado quando o tiraram a sanidade que ele tinha, mesmo que pouca;
  3. Foi executado quando ele não tem mais expectativa de vida, não conhece mais o mundo fora da prisão; 
  4. Foi executado ao roubarem-lhe 46 ANOS (ISSO MESMO QUE VOCÊ ESTÁ VENDO 46 ANOS) da sua existência por causa de um erro.

A pena de morte é uma negação completa dos direitos humanos, um assassínio premeditado e a sangue frio, feito por parte de um Estado”, diz Sebastian Elgueta, Investigador na América Central pela Amnistia Internacional.



Executar quem comete crimes hediondos não será uma forma de intimidação. Estudos por todo o Mundo demonstram que a pena de morte não tem qualquer desencorajamento efectivo [da criminalidade] e está longe de manter a sociedade segura, mas, pelo contrário, tem um efeito brutalizante na sociedade. As mortes sancionadas pelo Estado servem somente para reforçar o uso da força e continuar com o ciclo de violência.

Sou contra a pena de morte e a favor da prisão perpetua para crimes hediondos. A pena capital é irrevogável; aliada a sistemas judiciais propensos a erros humanos e preconceitos, o risco de executar uma pessoa inocente está sempre presente. A pena de morte não tem como ser corrigida. Se depois que a sentença for dada e executada, novas provas surgirem comprovando inocência, não haverá como retroagir a sentença nem pagar a devida indenização pelo erro cometido.

O depois e o antes dos 46 anos de prisão de Iwao Hakamada
E agora a pergunta que não quer calar: quem vai devolver os 46 anos que ele perdeu atrás das grades por crime que não cometeu??????

Isto é para mostrar que enganos são cometidos e que pena de morte é BURRICE. E esse caso mostra muito bem.

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1 comentários:

Anónimo disse...

Com certeza. e tem gente que defende isso aqui no Brasil, uma país com a justiça fraca, investigação fraca, manipulações, corrupção. Muitos inocentes serão executados se isso acontecer aqui.

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